segunda-feira, 18 de abril de 2011

Noroeste: tristeza e rebaixamento!

Por Bruno Henrique Ferreira

O Esporte Clube Noroeste de Bauru, para quem não conhece, é um clube com 100 anos de história (fundação: 01/09/1910). A equipe representa uma das maiores e mais importantes cidades do interior paulista, tem seu próprio estádio (Alfredo de Castilho) e conta com uma torcida organizada fanática, a sangue-rubro.

É triste um clube deste porte não se manter com frequência na elite do futebol paulista. A equipe obteve o acesso no ano passado e mais uma vez sofreu um rebaixamento que, no meu ver, foi incontestável. Uma equipe muito ruim montada pelo diretor executivo do clube, Beto Souza. Se ele é culpado? Sim ele é, mas não o único!
O fracasso deste ano é o resultado de uma péssima organização e planejamento da diretoria. Outro motivo que levou ao rebaixamento da equipe foi a falta de apoio do “estádio”. Veja bem, não é por culpa dos torcedores, porque eles apoiaram do começo ao fim, mas vamos analisar o contexto; Para um torcedor fanático, pai de família, que ganha um salário mínimo é impossível que ele gaste cerca de R$80 ou R$40 pelo ingresso. Culpa da Federação Paulista que não enxerga a realidade deste país.
Bauru é uma cidade promissora para o futebol, sempre foi. A terra onde cresceu o rei do futebol tem vários jovens de qualidade espalhados pelos campinhos de terra e nas quadras escolares. Só o Noroeste que não percebeu isso ainda, uma pena.
"Maquininha vermelha"
Há alguns anos, eu mesmo era um desses jovens que tentaram a sorte no clube, não fui nem recebido porque eu não tinha empresário que “bancasse” a minha ida e permanência no clube. Além de mim, existem inúmeros outros até com qualidades bem superiores às minhas que não foram aproveitados pela equipe. 
Meu pai sempre reclama quando critico o time, mas quando vejo jogadores ruins, sem qualidades técnicas vestindo essa camisa que poderia ser usada por amigos meus que poderiam ter sido verdadeiros craques, não há como não sentir um sentimento de revolta. O que falta na “cidade sem limites” são as oportunidades e uma atenção maior para tantos jovens bauruenses que estão por ai. É bem mais simples do que se imagina, basta a diretoria ou os “olheiros” do Noroeste largarem o telefone, a internet e darem uma volta pela cidade e pelas escolas. O desempenho do clube na Taça São Paulo de Futebol Junior em janeiro deste ano já foi um fracasso, agora mais uma vez o Norusca não consegue nem permanecer na primeira divisão. Fica ai uma dica e uma esperança para o futuro deste clube para os próximos 100 anos.

Classificação final da 1ª fase e posição do Noroeste na Tabela

domingo, 17 de abril de 2011

O "deus da raça"

Por Bruno Henrique Ferreira

Você que tem entre 18 e 25 anos talvez não deva conhecer, mas quando vinha uma bola lançada na área do Flamengo, enquanto todo mundo ameaçava aquele chutão, surgia um “louco” mergulhando rente ao chão e cortando de cabeça a bola e aliviando a torcida que aplaudia e aplaude até hoje. Ele, Rondinelli, o “deus da raça”.
Rondinelli - "deus da raça"

Antônio José Rondinelli Tobias foi e ainda é ídolo do Flamengo. Nasceu no dia 26 de abril de 1954 na cidade de São José do Rio Pardo (SP). Jogou no rubro-negro carioca de 1974 a 1981. Foi um dos jogadores mais raçudos e que mais vibravam dentro de campo. Um zagueiro que não tinha vergonha nem medo de sujar o uniforme, de se ralar todo ou até mesmo de levar um “pontapé” na cabeça quando jogava naquele time incrível do Flamengo, com Zico, Junior, Nunes, Jorge Mendonça, Andrade e companhia. Rondinelli jogava "feio" quando era preciso, mas não pensava duas vezes em ir para área e bancar o atacante, como foi o caso do gol de cabeça que deu o título à Gávea do campeonato carioca de 1978 contra o Vasco.
Com a camisa rubro-negra, Rondinelli jogou 396 partidas, foram 242 vitórias, 100 empates e apenas 54 derrotas. Marcou também 14 gols. Rondinelli tem uma escolhinha no Rio de Janeiro chamada “deus da raça” que busca encontrar novos craques ou novos beques como ele. Ele se aventurou também na carreira de técnico, mas não teve oportunidades nem resultados expressivos para dirigir um grande clube. Rondinelli passou longe de ser um craque "badalado" pela mídia ou uma das contratações milionárias do futebol, mas também nem precisou disso para se tornar um sinônimo de raça e um mito do futebol.
Um dos times incríveis do Flamengo com Rondinelli, Junior e Zico


Títulos de Rondinelli:
Flamengo

Campeonato Carioca: 1974, 1978, 1979
Taça Guanabara: 1978, 1979, 1980
Troféu Ramón de Carranza: 1979, 1980
Campeonato Brasileiro: 1980
Taça Libertadores da América: 1981

3º Lugar da Copa América com a seleção Brasileira.



Veja o lance do gol de Rondinelli pelo Globo Esporte da época: http://www.youtube.com/watch?v=Dl6kzc2bVGo

sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

Vem aí o Paulistão 2011

Por Bruno Henrique Ferreira

Chegou a hora de tirar aquela camiseta do seu time que já acumulava poeira no armário, porque estenderam o tapete verde da paixão nacional. Neste final de semana o árbitro apita e a Bola rola, dando início ao Paulistão 2011. O Atual campeão, Santos, vai até Lins enfrentar o Linense que volta à elite do campeonato paulista após 53 anos. Para muitos, um campeonato importante e de tradição, para outros, uma competição que já não tem mais o mesmo brilho de antes. Pelo ponto de vista de que as próprias equipes que disputam a Libertadores e a Copa do Brasil dão prioridades para estas competições.
Apesar de todas as novidades da arbitragem para este torneio, ainda é necessário lembrar que a categoria deve ser mais valorizada, assim como é feito na Europa, lá, o profissional tem mais tempo para se dedicar a sua profissão que é devidamente regulamentada. No Brasil não, aqui o árbitro precisa dividir o seu tempo com sua profissão de origem. Eu me questiono, o que será que vai acontecer com seis árbitros em uma partida? Vão diminuir os erros durante os jogos ou irão ser motivos de piada e de chacota? Vamos aguardar...
Uma coisa é certa, este campeonato é a alegria das cidades do interior. É visível a alegria nas ruas dos torcedores nos dias de jogos, que poderão ver de pertinho os seus ídolos. A preparação dos times grandes foi bem curta, comparada com o tempo que as equipes pequenas tiveram para suas pré-temporadas. É difícil apontar um favorito nesse momento, mas acredito que o Santos de Neymar, Ganso, Elano e Cia, mesmo dando prioridade para a Libertadores, é um grande candidato a mais um título. Palmeiras e São Paulo, ambos que não disputarão o torneio continental, também entram forte na briga. No Corinthians, é nítida a preocupação, tanto dos atletas quanto dos torcedores para conquistar esse título inédito, da Taça Libertadores da América, já que o clube está no 100º ano de sua história.

Maiores campeões:
(Títulos)

Corinthians 26
Palmeiras 22
São Paulo 21
Santos 18
Portuguesa 3

sexta-feira, 2 de julho de 2010

Chega ao fim o sonho do Hexa!

Por Bruno Henrique Ferreira


É triste, é difícil, mas infelizmente a seleção brasileira dá adeus à Copa do Mundo da África do Sul, adiando novamente o sonho do sexto título mundial. Na partida realizada no estádio Nelson Mandela Bay, em Port Elizabeth, o time brasileiro sofreu a virada por 2 x 1 da Holanda após ter dominado o primeiro tempo do jogo.

Robinho abriu o placar logo no início da partida, recebendo um excelente passe de Felipe Melo, que por sinal, foi o grande personagem da partida, tanto para o bem quanto para o mal.

Foi incrível ver como um atleta profissional de futebol pode ir do céu ao inferno em pouco menos de 45 minutos. Felipe Melo foi decisivo no primeiro tempo, confesso que eu estava atento ao seu comportamento, já que ele demonstrou nervosismo nos primeiros jogos e esse em especial, se tratava de uma partida muito difícil e equilibrada.

Além do seu passe que deixou Robinho na cara do gol, o volante marcou bem, apareceu para o jogo e acertou a maioria de seus passes. Pena que no segundo tempo ele não conseguiu dar sequência na boa atuação.

No segundo tempo o Brasil se deixou levar pelo teatro holandês. A laranja mecânica deu lugar aos encenadores que se jogavam o tempo todo para iludir o árbitro. Os brasileiros entraram na provocação e mostraram um nervosismo acima do normal.

Não devemos julgar, muito menos sentenciar Felipe Melo como único culpado da eliminação do Brasil. Estava nítido que ele é um jogador impulsivo e que sua expulsão nesta Copa era uma questão de tempo, mas ele só era mais um que se abateu e ficou nervoso dentro de campo ao ver o primeiro gol holandês de Sneijder (a FIFA validou como gol contra de Felipe).

O time todo se abateu e, com o placar já adverso após o segundo gol de Sneijder, quem o técnico Dunga poderia escolher no banco de reservas para entrar, empatar e decidir o jogo? Dunga certamente deve ter olhado para o relógio e para seus atletas do banco de reservas e feito mais uma de suas caretas e se perguntado: “E agora?”. Azar da seleção!

Sempre fui fã do Dunga, lembro que após o tetra de 94 toda vez que meu pai me levava ao cabeleireiro eu dizia “corta igual ao do Dunga!”.

É fácil julgar quando o time perde, quando um trabalho não deu certo e quando os resultados não foram aqueles que esperávamos. Sábio é aquele torcedor que apóia mesmo quando o time não vence e o pódio não é conquistado.

Tristeza de Júlio César e Kaká após a derrota contra a Holanda

Aprendi a amar o futebol na partida entre Brasil x Holanda pelas quartas-de-final da Copa de 1994, gritei “é tetra” naquele ano. Chorei na derrota diante da França quatro anos depois em 1998 e voltei a sorrir em 2002.
Futebol é assim, nos proporcionam vários sentimentos distintos em curtos espaços de tempo. Daqui quatro anos teremos outra oportunidade, desta vez em o solo brasileiro que, apesar de tantas tristezas, medos e decepções em nosso dia-a-dia, nos traz o prazer de bater no peito e dizer: tenho orgulho de ser brasileiro! 


quinta-feira, 1 de julho de 2010

Brasil "atropela" o Chile nas Oitavas (3 x 0)

Por Bruno Henrique Ferreira

Na partida realizada no estádio Ellis Park, em Joanesburgo, a seleção brasileira confirmou o favoritismo diante do Chile e se classificou com tranquilidade para as quartas-de-final da Copa do Mundo.

Além dos três gols marcados por Juan, Luis Fabiano e Robinho, o time brasileiro jogou muito bem, teve uma postura em campo diferente da última partida. Com a escalação de Ramires e Daniel Alves no meio de campo, a seleção ficou mais leve e mais rápida, aproveitou os contra-ataques e "atropelou" o time chileno.

Luis Fabiano e Robinho fizeram novamente uma grande partida, graças ao posicionamento e principalmente pela vontade de Kaka em jogar futebol. O camisa 10 ainda não marcou o seu gol, mas mostra a cada jogo que está recuperado de sua lesão e que aos poucos vai reencontrando o bom futebol que o levou a ser eleito pela FIFA o melhor jogador do mundo em 2007.

A defesa brasileira se mostrou impecável, mas destaco novamente como o grande nome da partida, o volante Gilberto Silva. Sempre muito tranquilo e seguro na marcação, jogador de poucas faltas e além de ser um líder dentro de campo.

Gilberto Silva atingiu neste jogo uma marca histórica, tornou se o jogador brasileiro com o maior número de jogos disputados em Copas do mundo, 15 partidas no total, ultrapassando a marca de Pelé que disputou 14 jogos em Copas.

Ressalto também que a seleção do Chile comandada pelo técnico argentino Marcelo Bielsa (El Loco Bielsa como é conhecido), fez uma campanha excepcional nesta Copa, jogou para o ataque assim como é a característica do treinador.

O Chile não vencia uma partida em Copas do Mundo desde 1962, quebrou um tabu de 48 anos vencendo duas nesta Copa. Só perdeu para Espanha e Brasil, duas seleções favoritas o título.

Os chilenos devem voltar para casa de cabeça erguida, pois lutaram em campo e mostraram para seus torcedores o que mais importa no futebol: garra, coragem, vontade e determinação. Parabéns Chile e que venha a Holanda!
Só faltam três...

Fotos: http://esportes.terra.com.br/futebol/copa/2010/fotos/ (AP)

domingo, 27 de junho de 2010

Empate sem gols dá 1º lugar do grupo ao Brasil

Por Bruno Henrique Ferreira

Brasil e Portugal disputaram em Durban uma partida nada amigável, um jogo disputado, chato de assistir e que prevaleceu mais a força física do que o bom futebol. Valia ali o primeiro lugar do grupo e um provável encontro com a Argentina só na final.

O empate sem gols foi um retrato típico do que essa Copa tem sido até aqui. O jogo foi marcado também pelo excesso de cartões amarelos no primeiro tempo e da falta de inspiração de todos em campo, o único que apareceu bem quando foi exigido foi o goleiro Julio César, muito seguro nas defesas salvando o Brasil quando a seleção mais precisou dele. A principal preocupação do time brasileiro, o português Cristiano Ronaldo, mais desfilou em campo do que jogou futebol.

O Brasil tem pela frente o Chile nas oitavas-de-final, e se quiser conquistar o Hexa, vai ter que começar a jogar um futebol convincente daqui em diante, pois se apresentar a mesma postura em campo que teve contra os portugueses e os norte-coreanos, iremos ter que adiar este objetivo por mais quatro anos.

Disputa de bola entre Julio Babtista e Pepe refletem a partida

Fotos: http://copa2010.ig.com.br/seleçoes/brasil/brasil (site Ig)

sábado, 26 de junho de 2010

Azedou o caldo italiano

Por Bruno Henrique Ferreira

A seleção da Itália se despede da África do Sul com a sua pior campanha em Copas do Mundo de todos os tempos. Foram dois empates e uma derrota em três jogos da primeira fase.

A equipe titular era a base do título mundial de 2006, mas na ocasião, os jogadores eram bem mais jovens. O elenco que o técnico Marcello Lippi trouxe para esta Copa estava “velho”, como o capitão Cannavaro, de 36 anos, Buffon, 32, Gattuso, 32, Zambrotta, 33 e Camoranesi, 33 anos. Para o azar deles, o principal jogador da equipe, Pirlo, estava se recuperando de uma lesão e portanto, sem condições de jogo para este início da Copa, além da ausência do craque Totti que nem sequer havia sido convocado.

Essa eliminação não me surpreende, aliás, estava até prevista, pois essa decadência do futebol da seleção Italiana que se inicia neste ano é reflexo do contexto atual dos campeonatos italianos.

Na Itália, a renovação de grandes talentos tem sido cada vez menor, provavelmente pelo grande número de atletas que os clubes italianos importam de outros países, resultando assim, em menos espaço para a formação de jovens jogadores italianos em seu próprio país.

Um exemplo bem claro disso está no time da Internazionale de Milão, atual campeã da Liga dos Campeões da Europa, principal torneio de clubes do Mundo. A equipe em que atuam os brasileiros Júlio César, Lúcio, Maicon e Thiago Motta, conquistou o título sem nenhum atleta italiano entre os titulares. Isso mesmo, um time italiano sem nenhum grande jogador da Itália e ainda sob o comando do técnico português José Mourinho. A propósito, o principal italiano no elenco era o reserva Mario Balotelli de 20 anos, filho de imigrantes ganeses naturalizado italiano.

Caso não haja uma reformulação no futebol da Itália daqui para frente, no que se refere à formação de novos atletas e oportunidades para que eles atuem nos clubes do país, é bem provável que a seleção italiana nem se classifique para as próximas Copas.

Reveja aqui o Tetra do Brasil na final da Copa de 94, nos Estados Unidos.
Brasil x Itália : http://www.youtube.com/watch?v=vC7Srwzl_kI&feature=related

Fotos: www.paraguay.com/wpcontentuploads/2010/06/italia
         www.laopinion.com.co/noticias/images/2010